13 abril, 2022
Descubra as aplicações e benefícios da glicina, um aminoácido que desempenha um papel importante em várias funções do organismo.
Talvez o nome não lhe seja familiar, mas, sem ela, não conseguiríamos fazer um sprint a correr ou a andar de bicicleta, por exemplo. E estes são apenas alguns dos benefícios da glicina, um aminoácido indispensável em muitos processos fisiológicos do nosso corpo. Conheça-a melhor.
A glicina é um aminoácido não essencial, pelo que pode ser produzida pelo organismo a partir de outros aminoácidos. No entanto, também pode ser obtida através da alimentação, já que está presente em alimentos ricos em proteína, como carne, peixe, laticínios e leguminosas. Além disso, caso seja preciso, pode recorrer temporariamente a um suplemento alimentar com glicina.
Mas qual é, de facto, a importância dos aminoácidos para o nosso organismo?
Pois bem, os aminoácidos são compostos orgânicos precursores — isto é, a partir dos quais se originam outros compostos — e os constituintes principais das proteínas, necessárias para o desenvolvimento dos tecidos e para a produção de substâncias como hormonas e enzimas. Os aminoácidos são, igualmente, neurotransmissores — substâncias libertadas pelas terminações dos neurónios que transmitem impulsos nervosos —, desempenhando, entre outras, uma função inibitória no sistema nervoso central.
No caso da glicina, este elemento está na base da produção de vários compostos essenciais para o funcionamento do organismo, nomeadamente:
A glutationa é um antioxidante que ajuda a proteger as células contra os danos oxidativos causados pelos radicais livres, que estão subjacentes a várias doenças. E a glicina é um dos três aminoácidos necessários para a sua produção. Ou seja, sem glicina suficiente, o organismo produz menos glutationa, cujos níveis declinam naturalmente com a idade.
Este elemento é também crucial para produzir creatina, um aminoácido presente no tecido muscular que permite explosões rápidas de energia. Por exemplo, para levantar pesos ou acelerar ao andar de bicicleta. Assim, a suplementação com creatina pode promover a força e potência musculares. Além disso, estão a ser estudados os seus efeitos benéficos para os ossos, a função cerebral e para condições neurológicas como as doenças de Parkinson e Alzheimer.
Da mesma forma, a glicina é o principal aminoácido presente no colagénio, uma proteína estrutural que é o elemento essencial do tecido conjuntivo, que podemos encontrar nos ossos, na pele, nos ligamentos, nos tendões, na cartilagem, nos músculos e no sangue.
Os benefícios da glicina têm sido investigados para perceber se a sua suplementação pode ser usada para fins específicos. Serão necessários estudos clínicos em humanos, mas há indícios promissores:
De acordo com alguns estudos, a glicina pode reduzir o tempo necessário para adormecer, melhorar a qualidade do sono e, além disso, reduzir a sonolência durante o dia, devido a um efeito calmante para o cérebro e à capacidade de baixar a temperatura corporal.
Experiências com cobaias mostram que a glicina pode reduzir os efeitos prejudiciais do álcool no fígado, ao prevenir a inflamação e acelerar a recuperação desencadeada pela abstémia.
A glicina pode reduzir os fatores de risco de doença cardiovascular, uma vez que pode prevenir a acumulação de uma molécula associada à aterosclerose e melhorar a capacidade de uso de óxido nítrico, uma molécula que baixa a pressão arterial.
Existem indícios de que a suplementação com glicina pode melhorar a resposta do organismo à insulina em pessoas com diabetes tipo 2.
A perda de massa muscular pode acontecer com a idade, malnutrição ou em caso de stress devido a condições graves, como cancro e queimaduras severas. Nestes casos, os benefícios da glicina podem ser visíveis na redução da perda da massa muscular.
Alguns estudos indicam que o corpo humano requer aproximadamente 2 g de glicina por dia. Embora o organismo a produza a partir de outros aminoácidos, pode justificar-se um reforço da sua ingestão em situações de menor equilíbrio, como fadiga ou stress. Nesse sentido, convém assegurar-se de que come alimentos ricos em glicina ou proteína:
Além disso, mediante recomendação médica, pode recorrer à suplementação, em dosagem adequada a cada caso e como complemento a uma alimentação equilibrada.
Fontes:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5350494/
https://www.verywellhealth.com/glycine-overview-4583816
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