6 julho, 2022
Viajar é inegavelmente um dos maiores prazeres de que podemos usufruir. No entanto, existe uma condição que o pode transformar num momento muito desagradável: cinetose, também conhecida como enjoo de movimento. Mas o que a causa? E só afeta algumas pessoas? Perceba então melhor o que é cinetose, quais os seus sintomas e os principais fatores de risco.
Náuseas, vómitos, tonturas… Certamente que quem sofre de enjoo em viagem está familiarizado com estes sintomas. Mas esta condição não acontece apenas em viagem, nem são apenas estas as suas manifestações.
Descrita pela primeira vez por Hipócrates no ano de 400 a.C., a cinetose é uma resposta fisiológica a um estímulo provocativo. Neste caso, é uma condição provocada pelo movimento, especialmente de transporte – carro, avião, comboio ou barco. Contudo, pode também ser desencadeada por movimentos visuais, por exemplo, realidade virtual, sendo esta mais conhecida por pseudocinetose.
Sofremos de enjoo em viagem quando há muito movimento ou quando o cérebro recebe informações desconexas e não percebe se estamos ou não em movimento. Mas vamos explicar melhor.
Uma vez que estamos a falar de uma condição ligada ao movimento, entender o que é cinetose implica saber como o nosso cérebro nos mantém equilibrados. Para exercer essa função, precisa de recolher certas informações, recorrendo assim a três sistemas: o ouvido (aparelho vestibular), a visão e o corpo (propriocepção).
O sistema vestibular está composto por um conjunto de órgãos do nosso ouvido interno responsáveis pelo equilíbrio. Um deles, o labirinto, possui um líquido no interior que se mexe conforme movimentamos a cabeça, gerando assim impulsos nervosos para o cérebro perceber a nossa posição em relação à força gravitacional.
Da mesma forma, a visão é essencial para ter informações relacionadas com o exterior. É, aliás, o modo mais óbvio de saber se estamos ou não a mexer-nos. Contudo, este sentido pode enganar-nos: quantas vezes já sentimos estar num comboio em movimento quando, na verdade, é o comboio do lado que está a andar?
O cérebro também recolhe dados através da propriocepção, a capacidade inconsciente de o corpo se localizar espacialmente e de sentir movimento. É devido a estes recetores sensoriais do nosso sistema nervoso – presentes nos nossos músculos, tendões e nas nossas articulações – que conseguimos tocar no nosso cotovelo de olhos fechados, ou andar sem pensar em cada passo.
Nesse sentido, temos consciência do que é cinetose e sentimo-la quando:
É possível enjoar em qualquer tipo de transporte. Afinal, o que acontece quando estamos num barco, num avião, num carro ou num comboio?
Em primeiro lugar, o nosso corpo está parado embora estejamos em movimento. Devido às curvas ou oscilações, o ouvido percebe movimento e a visão reforça essa sensação se olharmos à nossa volta. Mas se baixarmos os olhos, por exemplo, a informação que o nosso cérebro recebe é confusa: alguns sistemas indicam locomoção e outros não. E é nestas situações que podemos, então, ficar a conhecer (e a sentir) o que é cinetose.
De acordo com um Estudo de Mercado realizado junto da população portuguesa pelos Laboratórios Azevedos em 2021, existem dados interessantes relativamente aos transportes onde o enjoo do movimento é mais propenso:85% das pessoas sentem enjoo em carros. Destas, 92% são crianças;56% das pessoas enjoam no barco;24% das pessoas sentem enjoo de movimento no comboio. |
O enjoo de movimento é uma condição comum. Aliás, percebendo como funciona o nosso cérebro e o que é cinetose, facilmente entendemos que pode acontecer a qualquer pessoa em algum momento da sua vida. Contudo, alguns estudos mostram que certos grupos demográficos são mais afetados pela cinetose:
Além da idade e do género, existem igualmente outros fatores de risco, que incluem:
Mais do que tonturas, náuseas e vómitos, que são os indícios mais comuns, a cinetose também causa palidez, diaforese/sudorese (transpiração excessiva) e desconforto abdominal. Além disso, outros sintomas podem aparecer, e possivelmente já os sentiu se sofre de enjoo de movimento:
É essencial percebermos o que se passa com o nosso corpo, para nos sentirmos em controlo, não piorarmos a nossa situação e conseguirmos prevenir ou resolver determinadas condições. Assim, agora que já tem uma noção mais geral do que é cinetose, é mais fácil ter consciência do que se passa efetivamente, quais os fatores de risco e, até, tomar determinadas medidas para evitar o enjoo em viagem.
Fontes:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK10819/
https://vestibular.org/article/coping-support/living-with-a-vestibular-disorder/motion-sickness/
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